Sociedade civil clama pelo fim da violência. Ato pede instalação de CPI das milícias

Representantes de mais 150 entidades realizaram na manhã de hoje (11) um ato público para exigir do Estado uma ação imediata para paralisar o crescimento da violência no Pará. O momento foi definido, em reunião na FASE, logo depois da série de execuções ocorridas na madrugada do último dia 5 nos bairros da Cremação, Guamá, Jurunas, Terra Firme e Sideral.

Ainda que a investigação esteja em curso. Os manifestantes lembraram que os crimes aconteceram em seguida do assassinato de um cabo da Polícia Militar (PM), acusado de envolvimento com milícias (grupo formado por agentes públicos que atuam na ilegalidade, supostamente oferecendo proteção para a população) e o narcotráfico na noite de 04.11.

O Governo Jatene (PSDB) lançou nota sobre os acontecimentos e o Comando da PM fala em apenas 10 mortes, porém não se sabe ao certo que falhas o sistema de segurança pública deve corrigir diante da suspeita de mais mortes. Extra oficialmente há relatos de mais de 35 homicídios.

A imposição do toque de recolher nos bairros também altera a rotina e deixa os moradores destas áreas, também denominadas como zonas periféricas na grande Belém, em pânico. Na semana passada nem as escolas puderam funcionar, ao que o Sintepp, que participou das reuniões com o movimento social e acompanhou o medo da comunidade escolar, acha por bem lembrar que já solicitou inúmeras vezes ao governo a criação de Fórum de combate à violência nas escolas (que refletiria na comunidade).

A política experimentada pelo governo tucano no Pará não apresenta os resultados esperados, assim como já foram apontadas lacunas em outros estados, como São Paulo, por exemplo, governado pelo mesmo partido de Jatene, e que a ação das milícias se enraíza na sociedade frente ao total descontrole dos órgãos públicos.

De 2012 para 2014 o Pará chegou a apresentar queda no número de homicídios, segundo dados do Mapa da Violência divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) em julho passado. No entanto a sensação de insegurança é grande.

As entidades apontam a formação de uma comissão para reunir com os parlamentares e instalar a CPI na Casa. O sindicato continuará organizando debates em seus fóruns específicos e com a comunidade escolar a fim de esclarecer que as ações devem ser de reversão na política econômica e de investimentos nas áreas de educação, segurança, saúde, assistência, cultura, esporte e lazer.

No ato, a Coordenação Estadual do Sintepp ainda prestou solidariedade às famílias das vítimas das mortes ocorridas na semana passada e em outros massacres advindos desta desordem social, ressaltou a importância de uma investigação que aponte os responsáveis e reafirmou o compromisso de cobrar do governo ações que efetivem a mudança deste cenário que deixam todos reféns da violência que assola o país e continuará acompanhando as próximas ações.

Só conquista quem luta!

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