Revista Mátria 2020: homenagem às mulheres de coragem e de luta

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher – 8 de março, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lança a 18ª edição da revista Mátria. A publicação presta uma homenagem especial à Nilcéa Freire, eterna ministra da mulher, que deixa um legado de esperança e resistência na luta contra o sexismo e a desigualdade de gênero. É uma forma de manter a memória dessa guerreira símbolo da luta pelos nossos direitos, pela igualdade de gêneros e pela criminalização de qualquer tipo de violência contra a mulher.

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Reportagens

As matérias e artigos trazem perfis de mulheres de coragem que enfrentam no cotidiano as mais diferentes barreiras sociais, ambientais e econômicas, em busca de justiça e de sobrevivência. “O principal objetivo desta edição da Mátria é fortalecer as lutas das mulheres. Hoje vivemos sob um governo fascista, então a tendência é que o desemprego, a violência e as medidas antidemocráticas atinjam ainda mais as mulheres”, avalia a secretária de Relações de Gênero da CNTE, Berenice D’Arc Jacinto. Na avaliação da professora, a Mátria demonstra a importância do empoderamento das mulheres nos locais de trabalho e na comunidade: “É um instrumento de educação para dialogar, não só com as educadoras, mas também com as mães de jovens que sofreram chacinas nas periferias, com a comunidade escolar. É um instrumento de formação de lideranças femininas”, ressalta.

Mátria ainda comemora os 30 anos da CNTE que, em 1996, formou a maior rede feminina sindical do país. Mostra a participação decisiva dos movimentos feministas nos rumos da política da América Latina; a luta de nossas professoras indígenas por uma educação mais inclusiva; e também entra com orgulho na luta da comunidade LGBTQI+, por mais respeito e menos preconceito, como pede o movimento Mães pela Diversidade.

Berenice D’Arc Jacinto ressalta que a CNTE segue incentivando as mulheres a ocuparem cada vez mais os espaços de poder nas assembleias legislativas, câmaras de vereadores e até nas prefeituras, incluindo os espaços sindicais: “O coletivo de mulheres da CNTE destacou como os principais desafios para 2020 atingir a paridade nos sindicatos, que apesar da representação majoritária na base, não chega às direções, e criar Coletivos de Mulheres nas entidades onde eles não existem”, enumera a professora.

Debate Acadêmico

No encarte teórico da Revista Mátria, a professora Dra. Olgamir Amancia Ferreira de Paiva analisa como as políticas educacionais implantadas após o golpe que tirou Dilma Rousseff da presidência do país podem “excluir” as pessoas do acesso ao conhecimento. Na visão da autora, Reforma do Ensino Médio, a Base Nacional Comum Curricular e o esvaziamento do Fórum Nacional da Educação (FNE) são medidas que negam a gestão democrática e levam a processos excludentes que comprometem o caráter público da educação e a negam como direito universal.

Mobilizações

No dia 8 de março, a CNTE vai se somar aos movimentos sociais na mobilização do Dia Internacional da Mulher e convida todos para participarem das manifestações que serão realizadas em diversas cidades do país. É um chamado para protestar, nas ruas, contra os ataques do atual governo brasileiro às mulheres e à democracia. A Confederação recomenda que as entidades filiadas organizem atividades como roda de conversas, oficinas, debates e outras ações em seus estados.

Saiba mais sobre a Mátria

A Revista Mátria é produzida anualmente pela CNTE desde 2003, com a proposta de debater a luta da mulher pela igualdade de direitos, de maneira informativa e educativa. O intuito é contribuir para que o mundo seja um lugar onde todos tenham espaço, vez, voz e sejam tratados com justiça e igualdade de oportunidades. É distribuída gratuitamente em sindicatos, escolas públicas e bibliotecas de todo país. Acesse a versão digital (em PDF) e leia também as edições anteriores da revista.

Fonte: CNTE.

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