Escola Bosque. Um apelo ao humano direito de educar livremente

Leia meu pequeno desabafo:

“Escrevo esse texto sentido-me ameaçada (o), pois pessoas ligadas ao gestor municipal insistentemente estão atacando nossa condição profissional e humana na Escola Bosque e nas comunidades de Caratateua e demais ilhas, acusando-nos de doutrinar crianças e jovens, com atitudes de assédio moral e postagens cruéis e mentirosas tentam intimidar o grupo de educadores de que fazemos parte.

Então, me pergunto “Essas pessoas são más? São criminosos?” A resposta que me veio, após muito ponderar, após momentos de ansiedade e angústia, opressão diante das pressões e calúnias de um grupo e de uma gestora aparentemente frios e planejadamente agressivos, foi a seguinte: Eles não sabem o que dizem, nem o que fazem, dizem que estão a defender uma escola, mas estão destruindo sonhos, estão defendendo um grupo gestor autoritário e cego pela vaidade e ódio contra educadores e educandos que só cometeram um erro, pensaram por contra própria, não aceitaram imposições calados e apáticos, alunos e professores que não pensaram nos interesses particulares, mas numa comunidade que, há anos, oscila entre a espoliação (explorada, enganada, sugada, maquiada e estigmatizada pelo poder público e pelo crime organizado) e a penúria (empobrecida, esquecida, abandonada pelos mesmos autores que citamos).

Todos dessas comunidades, os que se calam, os que defendem ferozmente gestores oficiais impostos e impositores de medidas desumanas e débeis, os que se alegram com assistencialismos de fazer do dever público um presente (uniformes, transporte e material escolar), os que se acomodam em cargos, fotos com autoridades e poderosos, e mesmo os que não concordam e se manifestam contra, sejam educadores que trabalham nas ilhas ou moradores, todos estão vitimizados na mesma barca de desolação e caos, vulnerabilidade e marasmo, empobrecimento e ilusões.

Quiçá um dia renasça a aurora da democracia na Fundação Escola Bosque, e educadores não sejam criminalizados, e comunitários não ajam como capangas, e capangas não sejam vistos como lideranças, e os jovens e crianças não sejam achincalhados como seres manipuláveis sem cérebro, onde se possa discordar livremente, sem agressões ou perseguições, e onde possamos construir, com erros e acertos, uma escola autenticamente bonita e democrática por natureza”.

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