Sintepp cobra garantia de atendimento de emergência no IASEP

Chegamos a um dos momentos mais críticos da pandemia da COVID-19 em nosso país, nos aproximando de 12 mil mortes e chegando a quase 170 mil infectados, correndo o risco desse número duplicar em vinte dias [1], sendo estes os dados oficiais, mas completamente subnotificados.

Segundo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) [2], a probabilidade de infecção deve ser de 10 vezes maior do que o que foi até aqui notificado, devendo o número de mortos também ser muito superior e ainda continuar subindo nos próximos dias, para a tristeza de quem luta pelas vidas e para o desespero de muitas famílias de brasileiros/as.

Sem dúvidas o desrespeito e desprezo pela vida, apresentados pelo vil presidente, contribuem para o agravamento desta tragédia, especialmente para as parcelas mais populares de nosso povo (a maioria), historicamente desprovida dos direitos básicos, o que levará nosso país a ser o novo epicentro mundial da doença [3].

Toda essa catástrofe sanitária e de saúde só não foi mais destruidora por conta da atuação hercúlea dos/as profissionais de saúde, que têm se sacrificado no combate à pandemia, sendo a maioria das vítimas as mulheres, por um Sistema de Saúde que também foi sucateado ao longo do tempo, mas que tem sido, literalmente, vital para nosso povo e pela tomada de atitude, em diferentes tempos e intensidades, da maioria dos governos estaduais e de um bom número de prefeituras.

De qualquer maneira, medidas como o “Fecha Tudo” foram necessárias em diversos lugares, sendo essa a realidade estabelecida para 10 cidades do Pará.

Com um sistema público e privado de saúde colapsados, e com a completa falta de suporte de saúde em dezenas de cidades paraenses, nosso Estado corre o risco de ficar entre os cinco estados mais afetados, num contexto do Brasil como um dos três países com mais casos e mortes no mundo.

Enquanto isso, os muito ricos pagam por leitos nos grandes centros que ainda não entraram em colapso, dando um tapa na cara da “classe média” que tem aprendido a importância do SUS, bem como o abismo que há entre as classes sociais em nosso país, independente da região.

Portanto, ninguém em sã consciência deixa de reconhecer a gravidade da situação, bem como não pode deixar de observar os impactos sociais que a pandemia deixará.

Embora consideremos os esforços investidos pelo governo estadual no combate ao novo coronavírus, não há como não fazer a denúncia dura contra o tratamento dispensado aos usuários do IASEP, servidores/as públicos/as e suas famílias, que têm encontrado toda espécie de dificuldades para acessar os serviços do Plano de Assistência, enfrentando ainda uma burocracia desnecessária e uma falta de fluxo absurda.

Se avolumam os relatos de falta de atendimento e encaminhamento na rede credenciada, obviamente saturada, mas que continua dispensando tratamento diferenciado às consultas e exames particulares, em detrimento do atendimento de nossas categorias e seus familiares através do plano. Com isso, nossa categoria está tendo que pagar por procedimentos de saúde previstos como direitos no IASEP.

Isso aumenta a pressão sobre o atendimento público geral (SUS), já em seu limite, e deixa um sentimento de indignação gritante frente aos estabelecimentos credenciados.

Levando-se em consideração que a contrapartida dos/as servidores/as supera os R$ 450 milhões/ano, não há justificativa plausível para que o governo não envide esforços na perspectiva de garantir o pronto atendimento às nossas categorias.

Por tudo isso, o SINTEPP exige que o Governo do Estado implemente no prazo URGENTEMENTE os seguintes encaminhamentos:

  1. Estabelecimento de um centro de referência para atendimento dos casos suspeitos de Covid-19 para os/as servidores/as públicos/as paraenses (Clínica/Hospital de Campanha);
  2. Garantia de consultas, exames médicos, laboratoriais e de diagnósticos com celeridade para uma ação mais rápida e eficaz no combate e tratamento da doença;
  3. Garantia da distribuição dos medicamentos para o tratamento da doença;
  4. Garantia de testes para se determinar a infecção e/ou anticorpos;

Além disso, durante o processo de pandemia, o governo precisa organizar o fluxo dos atendimentos, através de atendimentos virtuais para triagem dos casos de saúde e direcionamento dos pacientes, além da inexigibilidade de autorização de exames, tendo toda a precaução contra fraudes, mas evitando assim deslocamentos e aglomerações desnecessárias.

Coordenação Estadual do SINTEPP.


[1] Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/05/10/mortes-por-covid-19-no-brasil-podem-dobrar-em-20-dias-diz-estudo.htm

[2] Fonte: http://agencia.fapesp.br/pesquisadores-estimam-haver-mais-de-16-milhao-de-casos-de-covid-19-no-brasil/33116/

[3] Fonte: https://revistaforum.com.br/coronavirus/estudo-da-usp-aponta-brasil-como-o-novo-epicentro-global-da-pandemia-de-coronavirus/

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