Professor é esfaqueado por aluno dentro da sala de aula

Na noite da última quinta-feira, 13, o professor da rede municipal de Ananindeua Nuno André da Silva Nunes foi esfaqueado por um aluno de 16 anos dentro da escola municipal Benedito Maia, localizada no conjunto Aberlado Conduru, no bairro do Coqueiro.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram diversas marcas de sangue pelos corredores da instituição e criaram um cenário de pânico em toda a comunidade escolar. Nuno foi levado para o Hospital Metropolitano e segundo os boletins médicos está estável.

Nossa entidade, através da Subsede do SINTEPP/Ananindeua, vem acompanhando a situação desde que tomou conhecimento e busca prestar a total assistência a Nuno e seus colegas de trabalho. Exigimos, porém, das autoridades gestoras o cumprimento da devida assistência a este educador, assim como a aplicação das medidas sócio-educativas cabíveis ao adolescente conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como o desenvolvimento de ações que gradativamente promovam na comunidade escolar a superação deste gravíssimo trauma.     

Em março deste ano nosso sindicato divulgou na Revista Espaço Educacional uma pesquisa sobre a violência nas escolas da rede pública do Estado do Pará. 97,1% dos participantes na pesquisa relataram ter havido casos de violência em sua unidade de ensino; 92,4% se declararam inseguros no entorno de sua escola e 66,7% relataram não ter conhecimento de projetos de combate à violência em sua instituição educacional.

Tais dados trazem à tona a crescente e descontrolada insegurança que lamentavelmente percebemos do modo mais ofensivo ter ultrapassado os muros das escolas e invadido os ambientes que serviriam para o desenvolvimento de nosso alunado. Pontualmente, e como somos parte diretamente integrante desta engrenagem voltamos a alertar para um fato que extrapola nossa capacidade pedagógica: ser professor no Brasil ser tornou uma profissão perigo.

A cada dia que passa nossos governantes ao invés de colaborarem para a criação de uma cultura de respeito e paz escolhem o caminho inverso. Prova disso são projetos como a chamada lei da mordaça, que incitam discentes a filmarem e coagirem o educador em seu local de trabalho. Outro trágico exemplo é a deformada política de armamento do governo Bolsonaro, que pretende dar acesso ao cidadão a armas de fogo. Muitas reflexões nos circundam, dentre elas: qual nosso real projeto de sociedade?

Novamente, conclamamos a população que busque alternativas que garantam o ordenamento social e do restabelecimento de uma cultura verdadeiramente de paz, com justiça social.

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