Na noite de terça-feira, dia 18 de dezembro de 2018, os alunos e servidores da Fundação Escola Bosque foram surpreendidos por uma prisão efetuada a um professor contratado em fevereiro deste mesmo ano pela instituição, e cujo contrato só se encerrava no final dezembro de 2018. Cleyton Ferreira foi preso após condenação pela primeira vara de crimes contra criança e adolescente pela comarca da capital, por crime de estupro de vulnerável.
O que causa mais espanto é o motivo pelo qual a gestora da Funbosque não adotou critérios padrão na contratação de servidores concursados (na época, Meg Barros) como a declaração de antecedentes criminais e manteve no quadro funcional uma pessoa com acusação de tamanha gravidade, já que a instituição atende justamente crianças e adolescentes.
Como se isso não bastasse, Beatriz Padovani não averiguou a situação de contratos que estavam em vigor. Ao tomar conhecimento de um boletim de ocorrência feito pela mãe de um aluno que acusava o referido estuprador por ameaça de morte, fez vista grossa e não adotou as medidas necessárias como sindicância, PAD ou sequer afastou o servidor. Segundo o que foi registrado no BO, ele teria dito ao estudante: “vou te dar um tiro na cabeça!”. Mesmo assim a gestora não abriu qualquer procedimento disciplinar contra o servidor, demonstrando no mínimo negligência no trato da questão, acobertando o criminoso.
Talvez uma possível explicação para contratações que derrapam e saem da pista da ética muitas vezes é a associação de contratação com critérios pessoais e político-partidários, pois tanto ele como os demais contratados são recrutados não só para trabalhar na instituição, mas também para desenvolver atividades de campanha eleitoral, como é do conhecimento público.
Diante desses fatos, é fundamental que a gestora seja afastada da Funbosque e que seja aberto um processo de investigação sobre os procedimentos adotados para a contratação na instituição pública. Também se faz necessário a apuração dos motivos pelos quais ela não adotou as medidas legais administrativas para apurar as acusações feitas pela mãe do aluno contra o servidor. Finalmente, é necessário que se apure que tipo de atividade “extra” está sendo exigida de servidores contratados na Escola Bosque, especialmente as que envolvem atividades de campanha político-partidária.
É necessário também que diante de fatos tão graves, Beatriz Padovani seja afastada de suas funções de presidente do Conselho Municipal de Educação e vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, devido a incompatibilidade de sua gestão na Funbosque associada a tamanha conduta inadequada. Não é correto que Padovani prossiga como gestora e fiscal ao mesmo tempo e muito menos que se mantenha a frente de órgãos cuja finalidade justamente é o de ser guardião da lei e da ética na área da educação.