Capitão Poço diz não a proposta de Jatene|Ana Hage de reduzir a Matriz Curricular

Representantes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) receberam duras críticas da Comunidade Escolar durante a “roda de conversa”, que ocorreu na última quarta-feira (8), na cidade localizada na Região Nordeste do Pará.  

O evento contou com participação de cerca de 120 pessoas, que em sua maioria se manifestaram veementemente contra a redução de Matriz Curricular do Ensino Médio, proposta pelo Governo Jatene (PSDB). O Sintepp, trabalhadoras (es) em educação e as (os) alunas (os) se revezaram em falas que apontaram que se faz necessário uma análise mais profunda da situação, e até que ponto a redução impactará no processo de ensino-aprendizagem e no desempenho dos estudantes e de que maneira os professores que terão sua carga horária reduzida conseguirão trabalhar de forma qualitativa as disciplinas?

A intenção do Governo Jatene de promover uma SABOGETAM ao Ensino Médio no Pará não será aceita! Não vai ter redução! Vai ter luta!

Por onde passam os técnicos da Seduc, que apresentam a proposta do governo do Estado de redução abrupta na Matriz Curricular, a tônica nos discursos d de todos os seguimentos têm sido a mesma “não será aceita a redução da matriz curricular”. Educadores e alunos questionam a proposta e faltam argumentos aos técnicos para justificar, muitas vezes ficando visível a “saia justa” que os profissionais se encontram ao ter que defender tal ideia, e até mesmo a firmeza na defesa da dita “nova” Matriz Curricular para as turmas cai por terra quando comparada com a que se encontra em vigência, e que tem carga horária de 4360 horas de 45 minutos, que quando convertidas ao tempo de 60 minutos, contabiliza 3270 horas.

O que o governo Jatene chama de “nova” matriz curricular, nada mais é parte integrante de um plano de precarização proposital da Educação Pública no Estado. Simão Jatene e a Secretária de Educação, Ana Claudia Hage, planejam dia e noite o boicote a escola pública, em todos os sentidos, seja na estrutura física precária de grande parte das escolas, quanto a desvalorização da carreira do Magistério com a falta de concursos públicos e do pagamento do piso nacional, que inclusive já entra no 6º mês de Calote.

A forma com que Jatene|Ana Hage tratam a escola pública é uma marca dos governos tucanos, o massacre aos servidores públicos atinge não somente o seguimento da Educação, uma vez que este ano o governo anunciou reajuste ZERO as demais categorias de servidores públicos estaduais, o que levou o conjunto dos Sindicatos a rearticularem o Fórum de Luta em Defesa do Serviço Público Estadual, que mantêm agenda própria para este mês de junho.

“A tentativa de maquiar a proposta, com o discurso de que não haverá perda para alunos e professores não nos convence”, disse Thiago Barbosa, Coordenador Estadual do Sintepp e professor da 17ª URE, durante sua intervenção na “roda de conversa”.

A Comissão de Estudos da Matriz Curricular do Ensino Médio da Rede Estadual de Educação do Sintepp estive presente e alertou alunos e professores das perdas irreparáveis que esta alteração trará. As professoras Sandra Azevedo e Nazaré Araújo, que compõem ainda Coordenação da Regional Metropolitana do Sintepp, fizeram uma análise histórica e contundente, esclarecendo qual é realmente a intenção do governo.

Em sua fala, a aluna Naiara expressou bem a indignação da classe estudantil com a tentativa de sabotagem da Escola Publica. “A gente vem aqui debater, escuta, se convence de que vai ser ruim pra todos, então só tem uma solução, apaguem essa proposta”, desabafou. Outro estudante a se manifestar foi Iago, que questionou o descimento da arrecadação do Estado do Pará, e chegou a sugerir uma consulta pública para o tema.

O Sintepp também recebeu informações sobre a tentativa de “roda de conversa” no município sobre o tema no município de Almerim. A priori a reação dos estudantes foi de reprovação da proposta, pois a situação da única escola estadual do município é precária, a mesma está em reforma desde 2009, e por conta disso a revolta é muito grande.

Lá não existem laboratórios; o calor é insuportável, não existem ventiladores suficientes; a quadra de esportes foi colocada a baixo e até hoje não foi reconstruída; e a limpeza da escola foi feita pela própria Comunidade para que os alunos pudessem voltar para o prédio.

Ao término da “roda de conversa” em Capitão Poço, ficou nítida novamente a rejeição à proposta de redução da Matriz pela ampla maioria dos presentes, e que a melhor saída seria manter a Matriz vigente (2011).

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