Belém, 400 anos de abandono!

Belém, 400 anos de abandono!

Belém, uma metrópole de passado glorioso e de povo corajoso chega aos 400 anos abandonada pelo poder público. São 4 séculos de exploração, dos europeus que aqui chegaram, aos administradores atuais que continuam usurpando as riquezas do nosso povo. Uma verdadeira atrocidade está em curso contra o patrimônio histórico arquitetônico da Belle Époque, dilapidado ao longo dos anos, que só representa uma vaga lembrança de um passado que as autoridades fazem questão em manter no esquecimento.

A “Metrópole da Amazônia” conta hoje com uma população estimada em quase 1,4 milhões de habitantes, distribuídos por 72 bairros em 8 distritos administrativos, possui 39 ilhas, sem nenhuma infraestrura que nossos ribeirinhos possam usufruir. De povo simples e hospitaleiro guarda no seu sangue a herança dos cabanos – caboclos que moram às margens dos rios -, que infelizmente, não têm nada a comemorar nesses 400 anos!

A cidade teve nas duas últimas gestões a frente do poder público municipal dois verdadeiros saqueadores do erário, que chegaram ao Palácio Antonio Lemos, com promessas de tirar Belém do atraso e abandono. Porém, contrariando o discurso, fizeram aumentar os péssimos índices de desenvolvimento humano, colocando-a como uma das capitais menos atendidas por saneamento básico do país. Hoje são conhecidos como os piores gestores dos últimos 20 anos.

A política do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), não prevê nenhum tipo de melhoria para os bairros periféricos de Belém ou para a região insular da cidade. Para infelicidade da população foi eleito sem nenhuma proposta, apenas com a força do dinheiro. A população pobre não tem acesso ao saneamento básico, o que aumenta as doenças, principalmente por falta de água potável, não tem uma rede de postos de saúde e prontos socorros estruturados para atendê-la, pois os dois últimos prefeitos fecharam diversas unidades de saúde, justamente nos bairros da cidade e suas ilhas. Não por acaso o atual prefeito amarga uma rejeição de mais 70%.

Nossos jovens estão sendo exterminados nas periferias e não existe nenhuma política voltada para o atendimento desse setor social que se encontra em situação de risco. A guarda municipal, que hoje é armada, não chega aos bairros distantes do centro e serve somente para a proteção das mansões localizadas na área nobre do centro de Belém. Tudo isso contribui para que a marginalidade ganhe esses jovens e os desvirtuem para outros caminhos.

A educação, serviço essencial para melhorar o futuro de nossas crianças, nunca esteve prevista nas suas propagandas eleitoreiras. Fechou diversas escolas e paralisou obras de reforma ou ampliação de prédios da educação infantil e do ensino fundamental, como a E. M. “Manuela de Freitas”, cuja obra iniciou no governo Duciomar Costa em 2012 e até hoje não foi concluída, mas consta no calendário de entrega, por ocasião do aniversário da cidade.

Há mais de um ano os estudantes foram despejados de um prédio da Ordem dos Capuchinhos por falta de pagamento de aluguel e foram alocados em outro prédio na Av. José Bonifácio, que não possui estrutura mínima para o atendimento escolar: há falta de água, excesso de calor nas salas de aulas, a segurança é precária, turnos de ensino foram fechados, há falta de alimentação escolar de qualidade, entre outros tantos problemas.

O Ensino de Jovens e Adultos (EJA) que funcionava na referida escola foi extinto e a intenção é fechar mais escolas, que já foram anunciadas pela administração tucana, tanto na esfera estadual, quanto na administração municipal.

O ano se inicia com vários desafios à nossa categoria e ao povo que deve refletir bastante antes de votar em qualquer político que comungue com esse tipo de pensamento que têm na sua essência a perversidade vivenciada nesses 400 anos de existência, como diz o adágio popular “o lobo pode perder os pêlos, mas nunca perde o vício”.

Infelizmente, não temos a quem recorrer, pois os poderes constituídos são submissos ao executivo. O Ministério Público do Estado, acionado diversas vezes pelo Sintepp para investigar ações administrativas estranhas do Executivo contra os (as) trabalhadores (as) da educação, não consegue concluir e levar a termo as nossas denúncias. Diversos documentos já foram enviados para que se tombassem em processos e o que vemos é um MPE submisso, dando legitimidade à perseguição dos movimentos sociais e ao indiciamento de dirigentes do Sindicato que ousam enfrentar o descaso do governo com a educação pública.

Duciomar Costa, (ex-prefeito) deixou um substituto à altura para continuar seu legado de ataque aos cofres públicos de Belém. Zenaldo Coutinho (PSDB) continua o mesmo vício que seu antecessor, governando de costas para os clamores do povo, que queria algo mais nesse ano que se inicia, queria uma cidade melhor para se viver nesses quatro séculos de existência.

Sem ter o que comemorar, conclamamos o povo para fazer uma reflexão nesse “aniversário” de nossa cidade, para de fato achar o que nos une em torno de um lugar melhor para se viver.

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