Adiar o ENEM é uma questão de justiça social

Começaram ontem, 11, e vão até o dia 22 de maio, as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2020. O governo Bolsonaro determinou a manutenção das provas para novembro próximo mesmo com as aulas suspensas em todo país por conta da pandemia da COVID-19 e diante de inúmeros pedidos de adiamento, inclusive judiciais.

Com a medida Bolsonaro comprova mais uma vez que não tem compromisso algum com o futuro do Brasil, visto que assim como não demonstra empatia pelas vítimas do coronavírus, tão pouco se preocupa com o objetivo central do Exame, que seria garantir iguais condições de acesso ao ensino superior as/aos nossas/os estudantes.

Mesmo sendo de conhecimento geral que muitas/os de nossas/os discentes, especialmente as/os oriundas/os da escola pública, não têm a mínima estrutura para o desenvolvimento do ensino em casa ou a distância; mesmo com especialistas apontando o prejuízo que alunas/os estão tendo neste momento atípico e não programado que vivemos, o Ministério da Educação manteve o calendário.  

A decisão do MEC nos preocupa sobremaneira. Nosso Estado há anos assinala entre os com menores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do país.

Não bastasse, segundo o IBGE (2017), 42,7% da população do Pará não tem acesso a internet. Logo, a propaganda falaciosa do governo federal “Estude onde e como puder” obviamente não contempla essa importante parcela da sociedade, que em sua maioria não acessa a internet por incapacidade monetária.  

Nos mantemos firmes em nosso posicionamento já apresentado da importância do adiamento programático do ENEM e da reformulação do calendário escolar 2020 conforme superemos a pandemia. Não podemos permitir que nossa comunidade escolar tenha seu acesso à educação e seu futuro comprometidos irrefletidamente!  

#Adia ENEM!

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