Giro no interior: ofensiva de prefeitos contra a educação é implacável e categoria responde com luta

Acompanhe desdobramentos das greves em Uruará (Xingu) e Breves (Marajó)

Uruará

Em greve desde a sexta-feira (19) a Rede Municipal de ensino de Uruará, na Regional Xingu do Sintepp, espera reverter na justiça a ação inconsequente do prefeito Banha (PDT) de reduzir salários e negligência o transporte e a merenda escolar dos estudantes.

Os (as) trabalhadores (as) em educação do município foram duramente reprimidos pela Polícia Militar em manifestação realizada no final de semana passado em uma das ruas da cidade.

Os (as) educadores (as) buscavam uma explicação junto ao gestor e aos vereadores que compõem a base governamental para a abrupta redução de salários. A tensão aumentou depois que a população se solidarizou com o movimento e exigiu abertura de CPI que sugeria a cassação do prefeito e dos parlamentares envolvidos neste golpe aos profissionais da educação.

Banha insiste em ignorar as solicitações de negociação do Sintepp e escolhe tomar a atitude autoritária de coagir a categoria. Ontem (25) o Jurídico do sindicato conseguiu marcar uma audiência via Promotoria de Justiça onde seriam pautadas as reduções salariais que variam de 35% a 50%, além da precarização do transporte escolar e a baixa qualidade da merenda.

A Coordenação Estadual continua acompanhando a situação em Uruará com preocupação, pois a postura do prefeito de destacar o Batalhão de Choque não contribui em nada para a resolução dos problemas na educação enfrentados na região. Em breve a Coordenação da Subsede encaminhará os desdobramentos da greve e o resultado da tentativa de negociação.

      

Breves

No período de 08 a 16|09 foram os (as) educadores (as) de Breves, na Regional Marajó do Sintepp, que cruzaram os braços. A decisão foi tomada coletivamente depois que o prefeito José Antônio Leão (PMDB) decidiu não efetivar o pagamento de horas-extras dos servidores do apoio educacional e do pró-labore dos professores.

O Sintepp já havia encaminhado para a Secretaria de Educação a pauta de reivindicação da categoria e buscava um diálogo, porém a SEMED se recuzava a negociar com a Comissão do sindicato. Além de não dar prosseguimento as demandas dos profissionais de ensino, Leão ainda permitiu que ocorresse atraso no pagamento dos proventos.

Entre as principais reivindicações da categoria estavam:

  1. Pagamento imediato das horas-extras e de pró-labore dos trabalhadores em educação,
  2. Convocação dos aprovados no último concurso público,
  3. Implantação da hora-atividade inclusa na jornada de trabalho,
  4. Reforma das escolas.

No dia 15|09 o Sintepp recebeu a proposta de pagamento dos proventos em atrasos para o dia 25|09 e confirmação de mesa de negociação para o dia 22|09. Depois de uma intensa agenda de passeatas, atos e assembleias os cerca de 3.100 trabalhadores (as) da educação de Breves deliberaram pela manutenção do estado de greve e retorno às atividades escolares no dia seguinte, na esperança de que o governo cumpra os prazos estabelecidos pela comunidade escolar.

A violação de direitos aos profissionais da educação já levou mais de 25 municípios paraenses a grevarem só no ano de 2014.

Só conquista quem luta! 

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