Simuladão da SEDUC: duro golpe ao já agonizante ensino médio

Desde ontem (27) e hoje, 28, a Seduc realiza para 95 mil estudantes da rede estadual de ensino, o que chama de Avaliação Unificada Estadual, nome pomposo para um simuladão do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM.

A tal avaliação tem por objetivo simular o exame nacional no que diz respeito ao tempo e número de questões das provas que serão idênticos, para assim “preparar” os estudantes para as provas que acontecerão nos dias 24 e 25 de outubro.

Em que pese o jogo de propaganda do grupo de comunicação oficial do governo Jatene por uma festiva ansiosidade dos estudantes pela realização da prova, a verdade é que o ensino médio, como toda a educação básica em nosso estado, principalmente pelo interior, agoniza com a falta de investimentos de ordem financeira e material.

O projeto do governo quebra de vez a educação pública ao priorizar o mais fácil: simular a resolução de questões dentro do tempo estabelecido para a realização da prova. Currículo, metodologias de ensino, processo contínuo de avaliação, elementos centrais do processo ensino-aprendizagem são coisas do passado, relegadas que estão a um terceiro plano.

E “assim caminha a humanidade” no reino do faz de conta do tucanato: o governo Jatene/Helenilson faz de conta que aplica algo de novo no ensino médio, quando na verdade esconde os reais problemas desse nível de ensino que é um dos piores de todo o Brasil.

Na última assembleia do Sintepp, realizada no dia 18/08, nossa categoria aprovou o boicote ao “simuladão”, por entender que esta iniciativa não representa nada do ponto de vista da melhoria da qualidade do ensino e, por conseguinte, da aprendizagem, que deve ser real e significativa para o conjunto dos estudantes, tão somente mascara e reforça as causas dos problemas do ensino médio.

O Sintepp reivindica o investimento real em toda a educação básica, com mais verbas públicas para a educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, responsabilidade das prefeituras, mas também do governo estadual. Isso passa pela garantia de melhores condições de trabalho (salas de aulas amplas, turmas com número de estudantes dentro do estabelecido para uma boa aula, laboratórios diversos), salário digno, equipamentos tecnológicos, variedade de materiais pedagógicos que facilitem a ação de sala de aula e, principalmente, autonomia e democracia nas escolas.

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