Uma questão de falta de respeito ao profissional professor

*Por Jhênia Silva

Legalmente, o professor tem direito a 45 dias de férias sendo 30 dias em julho e 15 dias em janeiro. Portanto, a primeira quinzena de janeiro é férias. Neste período nós professores por profissão, estamos dedicando parte de nosso tempo à nossas casas, familiares, a nossa vida pessoal. Estamos nos revigorando e nos preparando para uma nova jornada de trabalho, conscientes de que o ano passado já se foi.

Enquanto isso, o corpo administrativo das unidades escolares está fazendo as matriculas e formando as novas turmas com as quais trabalharemos no ano que se iniciará.

Aqui em Ourilândia do Norte, Regional Sul do Sintepp, em pleno período de férias escolares, o que a Coordenação do sindicato visualizou foi nada mais nada menos que um extremo desrespeito a esse direito do profissional instituído na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Assistimos com tristeza o fato no qual quase 20 dias depois que o resultado final fora entregue, a direção da escola Madre Teresa de Jesus, amparada pela Secretaria de Educação, ter a atitude desrespeitosa de cooperar com o constrangimento de importunar as férias de um dos professores para que o mesmo revisse e modificasse a nota de um aluno reprovado.

Ressalto que o pai e a mãe, que só tomaram ciência das péssimas notas do filho quando recebeu o boletim após período de recuperação, “cheios de direitos”, buscaram inclusive o apoio de vereadores da base aliada do prefeito para pressionar o profissional a retornar em pleno período de férias à unidade escolar com o objetivo de refazer seus diários escolares alterando a nota de aluno.

Menos mal que estes pais tenham usado os “meios diplomáticos” para resolver o problema do filho reprovado. Já pensou se acontece como em outros casos em que o professor é agredido com violência?

Diante do claro assédio moral, difícil de ser combatido, fica apenas a insegurança e uma série de questionamentos:

Com quem podemos contar? Vale a pena? Quem será o próximo? Onde fica nossa autonomia profissional para avaliar nossos alunos?

*Jhênia Silva é professora de Geografia, formada pela Universidade Federal do Pará e Coordenadora Geral da Subsede do Sintepp em Ourilândia do Norte.

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