As unidades de ensino Orlando Bitar e Barão do Rio Branco continuam improvisadamente alocadas na Escola Pinto Marques
A comunidade escolar Orlando Bitar realizou na manhã da quinta-feira (24) mais um protesto para chamar a atenção da sociedade para a ameaça de fechamento desta escola que há mais de 45 anos prepara estudantes para o ingresso no nível superior. O Sintepp acompanhou a atividade.
No ato público, estudantes, pais e funcionários da escola denunciaram a falta de alimentação escolar e o calor intenso provocado pela super lotação e improvisação de salas de aula.
Depois de um longo período convivendo com incertezas e as péssimas condições de acomodação na Escola Pinto Marques, visto que o local é divido também com a Escola Barão do Rio Branco, comunitários foram informados que seu prédio (já em fase de conclusão de obras) será transformado em um Centro de Capacitação para o projeto Creche por todo Pará.
Clique no link Professores, pais e estudantes protestam em frente ao colégio Orlando Bitar, em Belém e veja a repercussão do protesto no Bom Dia Pará da sexta-feira (25).
REPONDO A VERDADE
Na matéria, a Secretaria Estadual de Educação do Pará alega que estudantes estão confortavelmente alocados na Escola Pinto Marques e sem prejuízo educacional. Observe, porém, as condições da escola:
É lamentável que a SEDUC tenha este padrão como “confortável”.
Leia abaixo a CARTA ABERTA DA COMUNIDADE ESCOLA ORLANDO BITAR, divulgada por professores e estudantes.
CARTA ABERTA DA COMUNIDADE ESCOLA ORLANDO BITAR
A Escola pública Orlando Bitar é uma memória afetiva de muitos cidadãos paraenses. Por aqui já se formaram muitas personalidades da nossa região, de importantes líderes públicos à destacados cientistas e pesquisadores amazônicos.
O Orlando Bitar é um patrimônio histórico e educacional da nossa sociedade. Mas, atualmente essa escola de tradição vem agonizando por falta de seu espaço físico e com o sério risco de ser mais uma escola fechada para o futuro de alunos e alunas.
Hoje estamos trabalhando precariamente, de forma improvisada, sem identidade e sofrendo com profissionais da educação e discentes sofrendo até assédio moral. Mesmo assim, com uma equipe de professores qualificados e uma equipe pedagógica comprometida conseguimos aprovar estudantes em faculdades de medicina, engenharias, psicologia, farmácia, pedagogia, e etc.
Mesmo sem espaço não abrimos mão da qualidade. Nossa comunidade deseja voltar ao seu antigo prédio, hoje, completamente reformado, mas sem a garantia de regresso ao seu espaço.
O atual prédio do Orlando Bitar pode se tornar outra coisa, uma coisa ainda não esclarecida para a comunidade escolar e para a opinião pública. Em outras palavras, o Orlando Bitar pode sumir do mapa educacional.
Contudo, esses tempos de pandemia, de guerra e de crise climática vêm nos ensinando todo dia que quando uma escola fecha as portas um passado sombrio e de sofrimento coletivo se abre, perigosamente, para o futuro.
Abracemos a escola Orlando Bitar!
Professores e alunos da comunidade Orlando Bitar.
Solicitamos ao Sr. Governador Helder Barbalho e à SEDUC que dêem a devida atenção à gravidade desta ameaça de fechamento de mais uma escola pública. O Conselho Escolar da escola já prepara medidas para acionar o Ministério Público e o Conselho Estadual de Educação do Pará.