MANIFESTO EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PRESENCIAL NO CAMPO
A educação no campo, presencial, gratuita e de qualidade é um direito de nossos estudantes, previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em todo território nacional. No Pará, a maior política pública de inclusão dos estudantes do campo, em especial os do ensino médio, é o Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), que tem garantido às comunidades mais distantes professores/as nas cerca de 500 turmas espalhadas por todo nosso Estado colossal.
Os desafios para esta educação se realizar são inúmeros, mas têm sido corajosamente superados pelo esforço e dedicação de estudantes, pais e educadores, na busca pela produção do conhecimento, pela preservação das culturas amazônidas e pela busca de melhores condições de vida.
Entretanto, o governo Helder, por meio de seu secretário de educação Rossieli Soares, uma espécie de “novo bandeirante”, ameaça esse direito, retomando seu projeto de substituir professores/as por aulas televisionadas para estes estudantes, o que precariza e homogeneiza a aquisição de conhecimentos, impondo um processo educativo (se é que assim pode ser chamado) completamente alheio às suas realidades, sem nenhuma dialogicidade e respeito aos seus saberes, tirando dessas comunidades a garantia de uma educação de qualidade, socialmente referenciada.
De maneira unilateral e autoritária, sem ouvir as comunidades atendidas pelo SOME, o governo determinou às DRE’s, diretorias que na maioria das vezes se comparam a delegacias de repressão ao educador, a não oferta de matrícula no 1º ano, porta de entrada do ensino médio, no SOME, o que na prática significará a substituição dos professores por TV’s no ensino médio como um todo em três anos.
Causa-nos grande preocupação que o governador Helder, que posa de defensor da Amazônia e do clima nos eventos internacionais, aplique esse golpe contra os direitos humanos das populações tradicionais, às vésperas de Belém sediar o maior evento climático do mundo – a COP 30 – que ocorrerá em novembro de 2025.
A inegável contribuição das populações tradicionais para a preservação da Amazônia em sua sócio-biodiversidade está sendo completamente desconsiderada e desrespeitada, provavelmente apenas por objetivos financeiros e de lucro de quem tem feito da educação um balcão de negócios.
O SINTEPP REPUDIA mais esse ataque de Helder/Rossieli e está dando todo apoio institucional à luta pelo direito à educação pública, gratuita e de qualidade onde quer que se realize, pois lá se realizam os direitos!
Por isso, mais do que nunca é necessário dizer:
Fica Some!
Fora CEMEP!
Fora Rossieli!