Com redução de salários, Jacundá aprova greve a partir de 13/02

Servidores da educação do município de Jacundá, no sudeste do Estado do Pará, reunidos em assembleia no final da manhã de sexta-feira, 8, em frente a Semed, aprovaram greve na rede municipal a partir de 13/02. A decisão veio pela falta de diálogo da secretária de educação com a categoria sobre as pautas educacionais.

A mesma sente-se amparada por pareceres técnicos da procuradoria jurídica da prefeitura que interpreta as Leis Municipais e Federais de acordo com a conveniência baseada no atender da vontade da administração e não no que de fato está expresso.
Os educadores, que já estiveram em movimento em 2018, reivindicam que o SINTEPP participe da lotação e que o governo reabra a mesa de negociação que está fechada desde o ano passado, com demandas que não foram vencidas e que trazem prejuízos na organização administrativa e pedagógica das escolas, assim como na vida financeira, social e funcional dos servidores.
Com o diálogo travado, o governo definiu unilateralmente que os concursados serão lotados com a jornada de trabalho de 20h/s ou 100h/m, não levando em consideração as perdas e consignados do servidor. As medidas drásticas adotadas pela secretária atingem todos os educadores.
As serventes e merendeiras que antes trabalhavam 6 horas corridas estão sendo obrigadas a trabalhar 8 horas e com um número reduzido de pessoas. Para dar conta da demanda das escolas, algumas estão sendo obrigadas a trabalhar a sua jornada em 3 turnos e o governo sequer levou em consideração o fato de muitas não terem um transporte que facilite o ir e vir casaXtrabalho/trabalhoXcasa. As mesmas não recebem insalubridades e nem os vigias que também tem o direito receber pela periculosidade recebem.
Os assistentes administrativos todos os anos são prejudicados com a falta de reajuste salarial na data base. Os mesmos só conseguem este direito depois de muita luta do sindicato e este ano não está dando diferente.
Nesta sexta-feira, 08, às 08h30, houve reunião do Conselho Municipal de Educação e esta teve como pauta a discussão do ofício que o Sintepp encaminhou ao conselho denunciando atos administrativos da secretária que ferem as leis do sistema de ensino, aprovadas pelo Conselho e Câmara de Vereadores. O ofício do Sintepp informa ainda que os educadores solicitam ao prefeito que exonerem a Sra. Leila Barbosa (que não por acaso é esposa do prefeito) do Cargo de secretária de educação.
A secretária de educação participou da reunião e pela maneira irredutível que se manteve e ainda com a defesa de seus atos pela procuradora Jurídica Menely Guerra, que endossa os ataques contra os educadores, deixaram a entender que a secretária não pretende mudar de postura.
O sindicato repetida vezes solicitou a reabertura da mesa de negociação para debater a lotação, que está cheia de problemas, sendo ignorado pela secretária de educação.
Na pauta da reunião do Conselho foi debatido o pagamento dos professores, que neste mês de janeiro receberam em suas remunerações somente a Jornada de Trabalho de 20h/s ou 100h/m e o governo tqmtam fez o reajuste do PISO em apenas 15 dias para os professores. Igualmente fez com o adicional de férias, que não considerou a Jornada de Trabalho do professor e o período trabalhado.
Com essas medidas os professores tiveram uma redução brusca de seus salários, com perdas que chegam a 50% de sua remuneração, mesmo tendo recebido o adicional de férias.
O Sintepp solicitou a presidenta do Conselho que encaminhasse as denúncias contra a secretária para todos os órgãos de competência, inclusive o MEC.
O Sintepp também anunciou aos conselheiros que tem proposta para amenizar o impacto financeiro da categoria e insistiu no final da plenária para que a Secretária de Educação atendesse os coordenadores para apresentá- la. A secretária não se dsponibilizou, informando apenas que iria consultar o gestor.
Sem alternativa a categoria continuará na luta para que a Secretária de Educação respeite os educadores e não tire os seus direitos. E desta vez a categoria conta com a participação de muitos pais e mães que compreendem a gravidade do problema.
A categoria segue agora buscando o apoio dos lideres e das comunidades religiosas e ainda dos comerciantes locais, que já sentiram o peso das medidas do governo que limitou o poder de compra dos trabalhadores que na sua grande maioria aquecem o comércio local.
Agora é greve na educação de Jacundá!
E esta luta não será só dos educadores!
Fora Leila Barbosa!
Leila Barbosa não é Lei!

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