A categoria completa hoje (1) uma semana de greve na rede estadual de ensino. Radicalização provocada pela intransigência do governo Jatene (PSDB) e falta de compromisso para com o cumprimento das pautas da educação.
Mais de 100 municípios, das dez regionais em que o Sintepp se organiza, já paralisaram suas atividades e a disposição para luta está latente. A força desta greve é o reflexo da falta de confiança dos trabalhadores neste governo que se esquiva de cumprir acordos.
Fora o atraso no pagamento do piso nacional e a falta de perspectiva para o pagamento do retroativo de janeiro para cá, a lentidão na execução das reformas nas escolas e a ausência de segurança têm encurralado a comunidade escolar.
A demora da Seduc em atender o Sintepp para estabelecimento da mesa de negociação já antecipava as divergências que só aumentariam. Somente na 2ª quinzena de março, Helenilson Pontes, o secretário de Educação, recebeu o sindicato. Mais lamentável foi a falta de respostas coesas.
Diante da ausência de soluções para sanar as lacunas acumuladas neste governo há mais de 5 (cinco) anos, o governo parte para o leviano ataque aos trabalhadores. E repassa para seu folhetim oficial e maior representante da imprensa marrom deste estado, o Jornal O Liberal, a tarefa de insultar nossa categoria. Depois de sermos chamados de mafiosos e trapaceiros, ainda fomos acusados de roubar merenda escolar. Ora, quantas vezes fizemos coleta na escola para comprar temperos?
Em outros momentos explanamos essa situação, mas de ouvidos tapados o poder executivo continua nos ignorando. A merenda escolar, de qualidade extremamente duvidosa, nem sequer fora comprada para o ano letivo de 2015.
A estratégia de “moralizar” a Seduc também parece um tiro no pé da atual gestão. A vacância que promove a necessidade de aulas suplementares é provocada pelo próprio governo. Não se ouve falar em concurso público nesta secretaria há seis anos. E finalmente, depois de insistentemente o Sintepp levar a pauta à negociação, o governo lançou edital comunicando a formação da comissão do concurso no último dia 23.
Os desafios da defesa da educação pública atravessam nosso dia a dia. A cada chuva, comuns neste período no estado Pará, escolas submergem no descaso e a comunidade fica sem aulas. Que perspectiva de melhoria no IDEB pode se apontar diante de tal cenário?
Os vergonhosos índices apontados no início deste ano e que colocaram o Pará somente a frente do estado do Alagoas são o espelho da total falta de investimento no setor. Ao procurar responsáveis, certamente educadores e alunos, os principais prejudicados, não estarão encabeçando a lista. Ao contrário, serão pois bem os guerreiros do cotidiano. Aqueles que carregam nos ombros a dura tarefa de levantar uma estrutura fálida, não por falta de compromisso da sociedade, mas pela plena ausência de responsabilidade de seus governantes.
A greve se fortalece e as vitórias virão, forjadas na luta do povo. Vide as lutas que encerram esta véspera de feriado. Atos e manifestações marcaram estes dias passados em todos os distritos de Belém e nas cidades de Ananindeua, Castanhal, São Domingos do Capim, Marituba, São Domingos do Araguaia, Benevides, Breves, Marabá, Tucuruí, Ipixuna e Sta Maria.
Semana que vem tem mais. Acompanhe a agenda de lutas:
06/04 (segunda-feira)
Mobilização nas escolas
07/04 (terça-feira)
1. Ato público da Regional Sudeste em Marabá, concentração: 4ª URE, às 9h
2. Ato contra a PL 4330 de extinção dos concursos públicos, às 17h, na Pça da Leitura (São Brás)
3. Reunião de organização do DAICO/DAOUT, às 15h, na EE. Palmira Gabriel
4. Seminário dos especialistas em educação (técnicos), às 14h, no auditório da EE. Cordeiro de Farias
08/04 (quarta-feira)
Ato público, concentração: Trevo do Satélite, às 9h
09/04 (quinta-feira)
Assembleia geral, 9h, na praça da República (em frente ao Theatro da Paz)
Só avança quem luta!