Na manhã de hoje, 12, estiveram reunidos na sede da Secretaria de Estado de Educação/SEDUC, professores do Sistema Modular de Ensino/SOME e a Coordenação do SINTEPP, juntamente com a Coordenadora Estadual do Sistema Regina Célia, e a Secretária de Educação Leila Freire.
A reunião é parte de uma rodada de negociações entre sindicato e governo e visa estreitar o diálogo e aprimorar as discussões a cerca dos diversos temas que foram divididos ainda no início do ano. O SOME tem uma pauta específica que precisa ser debatida de maneira ampla e democrática, onde os professores sejam ouvidos e façam parte do processo do tomadas de decisões.
A reunião iniciou com apresentação da Coordenadora Estadual do Sistema que expôs um quadro atualizado da situação do Sistema em todo Estado. Segundo ela, cerca de 10 localidades do SOME foram implantadas, com aulas já em andamento, e outras, com início previsto para agosto deste ano serão implementadas, o que exigirá um calendário específico para estas.
Também foi exposto um quadro da extinção do Sistema nos últimos 10 anos. Em cerca de 80 localidades o SOME foi extinto, em algumas sem o processo de extinção legal ter tramitado. Por isso estão com estudo de retorno do Sistema.
Outro ponto que foi bastante questionado foi a deficiência do transporte escolar e a SEDUC novamente alegou que essas questões serão resolvidas com a implantação do Sistema Estadual de Transporte Escolar.
A falta de alimentação escolar e de livros didáticos também foram cobrados, tendo a Secretaria respondido que com o “novo” tratamento que a SEDUC dará aos estudantes do SOME estes problemas serão resolvidos.
A principal polêmica girou em torno das migrações das matrículas dos alunos das Escolas Sedes Estaduais nos municípios para as Escolas Estaduais Rurais. Cobramos um maior diálogo nesta questão e demonstramos nossa preocupação de tais mudanças serem feitas sem nos ouvir, aumentando assim indignação de muitos docentes.
A dificuldade geográfica para deslocamento de educadores e alunos para estas “novas escolas” é uma realidade, já que a locomoção para as localidades ocorrem geralmente somente uma vez no dia e nem sempre é possível que professores e discentes tenham acesso a essas escolas com facilidade. No geral, será preciso mais de três dias para que este trajeto seja feito. Nesta questão a SEDUC se comprometeu de ampliar o diálogo com os professores para que as escolhas de Escolas Sedes Rurais sejam feitas de maneira coletiva.
Também foi abordado na mesa o Projeto da Escola de Várzea, uma parceria do Governo com Universidades e diversos órgãos e secretarias. Foi apresentado um modelo de escola que seria ideal para áreas ribeirinhas que todos os anos sofrem com as cheias dos rios. A ideia é a construção de escolas flutuantes e sustentáveis, com energia própria e materiais reciclados em sua construção.
A ideia do Governo é já incluir do Plano Plurianual/PPA um quantitativo de escolas deste projeto, para o ano de 2020, iniciando por uma Escola da Região das Ilhas de Cotijuba (Belém) onde inclusive será projetada uma quadra de esportes flutuante.
O Professor Jasson Iran, do SOME/Paraupebas entregou nas mãos da Coordenadora Estadual do SOME um artigo de sua autoria, em que demarca a fronteira entre SOME e SEI para que este seja um divisor de águas na concepção de Educação Rural da SEDUC.
Ao final foram pautados assuntos referentes a lotação de professores, reforma e violência nas escolas e pontos gerais de nossa pauta da campanha salarial. Ficou agendada para o dia 28 de junho, às 14h00, na SEDUC outra audiência com a presença da Secretária de Educação, Leila Freire, e da Coordenação Estadual do SOME.