Fatos acontecem em Portel como se os educadores estivessem revendo um filme que se passou no início da década de 90 e início dos anos 2000, quando professores eram aterrorizados por prefeitos que tinham pelo menos o fundamental incompleto e pouco ou nada entendiam do processo educacional e desferiam agressões físicas sobre os trabalhadores em educação.
Depois de um manifesto realizado pelo SINTEPP no dia 23 de dezembro de 2015, os dirigentes sindicais foram intimados a comparecer a delegacia de polícia do município de Portel para prestarem esclarecimentos sobre os diversos temas que levaram o corpo diretivo, sob anuência de assembleia geral, a protestar pelas ruas de Portel.
Histórico: Bruno Baia presta depoimento ao delegado
Primeiramente, na manhã do dia 5, o membro do conselho fiscal, professor Oclécio, foi intimado. Ontem, 6, foi a vez do Coordenador Geral Hermisson Bruno Baia. Os dois sindicalistas sustentaram o que foi proferido durante a manifestação, entre as quais:
- Cobrança do 13º salário, que estava sob a ameaça de não sair para os concursados antes do Natal e, também, para os contratados;
- Atraso nos reinícios das aulas após a data de pagamento, por falta de combustível oriundos de um posto que não têm condições de fornecimento;
- Alta taxa de violência e homicídio na cidade;
- Arbitrariedades cometidas pelos conselhos escolares, que não cumprem seus fins;
- Inércia do Conselho do FUNDEB;
- Silêncio da Câmara de Vereadores; entre outros assuntos.
Pela rede social Facebook, centenas de pessoas se manifestaram contra a atitude impensada do governo de Portel. O Dr. Miro Pereira, ex-candidato a eleição em 2012, se mostrou indignado com o gesto, que considerou antidemocrático. Já a ex-senadora Marinor Brito se colocou à disposição, inclusive no aspecto político, manifestando total solidariedade aos dirigentes do maior sindicato do norte do Brasil.
Faixas exigiam o pagamento ameaçado de não sair
Durante a manifestação, o filho de um homem que ganha sem trabalhar seguia os manifestantes a gravar com seu celular cada palavra manifestada pelos sindicalistas. Além de gravar, ele ainda dizia que os sindicalistas não tinham o que fazer e que o movimento não era necessário, mesmo sendo pai de aluno das escolas afligidas pelas dificuldades apontadas em todas as falas, inclusive a violência gritante que impera no município.
Mesmo com toda a pressão exercida sobre os coordenadores, o sindicato pretende fazer outros atos públicos, caso o pagamento do mês de dezembro não seja depositado na conta até amanhã (8), que é a data em que o atual governo está pagando os servidores públicos.