No último dia 14|06 alunas (os) da EE. Romildo Veloso e Silva, no município de Ourilândia do Norte, no Sul do Pará, iniciaram acampamento na instituição. A Comunidade denuncia que o governo Jatene (PSDB) não garante serviços básicos para o funcionamento escola.
Faltam funcionários e professores, e as condições estruturais são péssimas. Localizada na Av. das Nações, a Escola é a única do município de nível médio regular, EJA, SOME e Mundiar, para atender cerca de 1.000 estudantes, que cansados (as) da recorrente falta de professores e funcionários, organizaram o movimento “Amo minha escola! Quero estudar!”, organização esta que em defesa da educação pública de qualidade motivou-se em resposta ao governo Estadual que esqueceu a cidade de Ourilândia e não vem garantindo condições fundamentais para o bom funcionamento da educação pública.
A falta de professores e a não realização de concurso público faz com que ao vencimento de contratos de temporários as aulas sejam suspensas para algumas disciplinas e a insuficiência de funcionários (pessoal de apoio) está deixando a escola sem ter quem faça a alimentação escolar e até mesmo a higienização dos ambientes. Ainda há registros de falta de técnicos administrativos para a escola, ocasionando atrasos na emissão de documentos da Secretaria. Existem também relatos da carência de vigias há mais de um mês.
No quadro de professores faltam para a Escola Romildo Veloso os das disciplinas de educação física e biologia; e os contratos dos profissionais em educação de física, língua portuguesa, Inglês, química e literatura irão vencer neste mês de julho, podendo ou não serem renovados pela Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), uma vez que a Secretaria não apresentou edital de concurso público para nenhuma área profissional no próximo período; há meses estudantes denunciam que o laboratório de ciências está sendo subutilizado por não ter profissional responsável pelo espaço; o de informática nunca tinha sido sequer aberto, também pelo fato de a Seduc ter montado o espaço, mas não ter encaminhado professor para que os alunos pudessem utilizar o ambiente. A situação da biblioteca era absolutamente degradante, também pela falta de bibliotecários e demais auxiliares, livros empoeirados e amontoados e os estudantes sem o devido acesso, acarretando enorme prejuízo financeiro e sobretudo didático. Do início do movimento até agora foram enviadas (os) para a escola apenas uma professora e cinco administrativas (os), o que não supriu a necessidade real e continua causando indignação em toda a comunidade.
A Romildo Veloso sofre com problemas de infraestrutura. Há relatos de que em determinados espaços os forros estão para cair, e quando chove a situação piora. Não bastasse esse conjunto de pendências, a comunidade teme a ação do governo de tentar reduzir a matriz curricular do ensino médio, que pretende retirar o direito dos estudantes fornecendo-os menos aulas. A classe estudantil questiona o poder público e quer saber o que está sendo feito com os recursos da educação do Estado do Pará. “Se não está tendo professores, não está tendo pessoas na limpeza, o que está acontecendo com o nosso dinheiro? Aonde é que está sendo aplicado ele? Porque se era para ter professores e ter pessoas na área da limpeza alguém tinha que pagar, e isso é o que? Isso é dever de quem? Do governo!”, declarou Cristiano, aluno da EE. Romildo Veloso. Jardel, também estudante da Romildo Veloso, esclareceu que os alunos estão cansados de tamanha desvalorização e por isso continuarão a reivindicar seus direitos. “Nós não podemos ficar prejudicados por conta do governo que não está fazendo o que precisamos. Nós estamos aqui simplesmente para reivindicar nosso direito de estudante”, desabafou.
Em 19.05 uma Comissão ainda chegou a entregar um documento ao vice-governador do Estado, Zequinha Marinho, que estava em visita ao município, no qual foram expostas as situações descritas sobre a escola. Posteriormente, um vídeo foi produzido pela Movie (para assistí-lo clique aqui) e divulgado pela comunidade nas redes sociais. Logo o governo não pode alegar desconhecimento do cenário educacional em Ourilândia, e que lamentavelmente compara-se ao de inúmeros municípios paraenses. Somente após o anúncio do acampamento na Escola a comunidade soube pela imprensa de uma sinalização da Seduc, porém nada oficial até o momento. Este é jeito tucano de governar.
O Sintepp, em respeito a autonomia do movimento, continuará apoiando e acompanhando a luta dos estudantes e comunitários da EE. Romildo Veloso no que for possível e exige um posicionamento oficial e imediato da Seduc.