Os (as) trabalhadores (as) em educação realizaram ato público no início da manhã desta terça-feira, 10, em frente ao Palácio dos Despachos que objetivava agendar reunião com o governo Jatene (PSDB) para tratar sobre os descontos indevidos dos salários, esclarecimentos a respeito do pagamento do 13º salário, cumprimento do calendário letivo e pendências da Campanha Salarial 2015.
Logo na chegada da Coordenação do Sintepp para a organização do ato, a direção foi chamada por um oficial da Polícia Militar (PM) do Estado, que informou que o prédio estava abandonado, mais uma vez a postura autoritária do governador tucano veio à tona, pois ao invés de sentar e dialogar com os (as) educadores (as) enviou a PM.
A Coordenação Estadual do Sintepp repassou a informação para a categoria, e procedeu a instalação da assembleia, destacando que na tarde de ontem (9) recebeu ofício do governo confirmando audiência para esta manhã e lamentando a incapacidade do governo em honrar sua palavra.
Já reunida em assembleia geral, a categoria aprovou a metodologia apresentada pela Coordenação do Sindicato e seguiu para a pauta de informes. A Direção do Sintepp repassou informes da reunião ocorrida nesta segunda-feira, 9, no Ministério Público Estadual (MPE) e oportunamente os presentes tiraram dúvidas com a Assessoria Jurídica a respeito das ações em andamento na rede estadual de ensino, que se referem ao pós greve e calendário letivo 2015.
O Vereador de Belém pelo PSOL Fernando Carneiro saudou os (as) presentes e registrou a importância da organização social no combate à política meritocrática deste governo para a educação, saúde e os direitos sociais, que invita ataques diretos à classe trabalhadora e à sociedade. Denunciou ainda a provocação do Vereador Abel Loureiro (DEM) que propôs que o governador Simão Jatene fosse homenageado recebendo a comenda Maria da Penha, na mesma semana em que o Mapa da Violência 2015 aponta o Pará como o 4º entre os estados da região Norte com um aumento de 64,3% de homicídios contra mulheres, o que confirma a ausência de políticas públicas para combater a violência contra as mulheres no Estado do Pará.
A base aproveitou para denunciar a política de privatização do ensino imposta pelo governo. Foram citadas como exemplo em Belém as escolas da 5ª Unidade Seduc na Escola (USE), nesta unidade apenas as EE’s Maroja Neto e Vilhena Alves terão turmas da Educação de Jovens de Adultos (EJA). Foi relatado que na EE. Lauro Sodré será suspenso o turno da noite, e os (as) alunos (as) serão remanejados (as) para outras escolas.
O projeto Mundiar também foi muito criticado, uma vez que os conteúdos ministrados no projeto são em vídeo aulas (com conteúdos do Telecurso 2000, ou seja, de 15 anos), onde se observa que o material utilizado nas aulas está obsoleto rebaixando a qualidade do processo ensino/aprendizagem.
Segundo a Unesco, a Educação de Jovens e Adultos é uma forma de sucatear a educação. Logo observamos que um projeto como o Mundiar pouco tem a contribuir para a formação dos jovens, uma vez que na EJA os (as) alunos (as) tem um professor para cada disciplina e no Mundiar não existe esta possibilidade, pois os (as) professores (as) são substituídos por vídeo aulas e caso surja alguma dúvida nestas vídeo aulas, professor da turma anotará os questionamentos dos estudantes, agendará data de acordo com a disponibilidade do professor coordenador para suprir as possíveis dúvidas e em um prazo de até 15 dias será dado o retorno a turma. Esta precarização somente servirá para justificar o projeto de privatização do ensino, gestado pelos tucanos.
Ao término das intervenções, foram aprovados os seguintes encaminhamentos:
· Encaminhar abaixo assinado para o MPE denunciando a responsabilidade do governo pelo não cumprimento do Calendário Letivo, visto que o Sintepp já encaminhou para o Conselho Estadual de Educação a proposta de calendário e o governo não flexilibiza em relação aos descontos de greve (desobrigando os (as) professores (as) a reporem aulas e prejudicando sobremaneira a comunidade escolar);
· Realizar reuniões distritais no dia 17.11 (terça-feira);
· Ato público com paralisação (Marcha Estadual da Educação), dia 02.12, às 9h, com concentração na Pça. da Leitura (São Brás).
A Coordenação Estadual do Sintepp registrou e agradece a presença de trabalhadores (as) em educação da Regional Metropolitana e dirigentes sindicais dos municípios de Castanhal, Igarapé Açu e Terra Alta.
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