O Brasil vive a maior crise na área da saúde em plena pandemia da Covid-19, são 12 dias sem ministro na pasta, com o agravante de estar sendo inflada pelas intermináveis e incontroláveis crises política e financeira. Nesse cenário de terra devastada, o governo Bolsonaro, diferente daqueles dos países vizinhos, ataca os direitos da classe trabalhadora, inclusive daquele setor que mais tem sofrido perdas de vidas no combate ao avanço da doença, a saúde.
O vídeo da fatídica reunião ministerial realizada no dia 22/04, deixa claro quais são as reais intenções do governo em relação aos servidores públicos brasileiros. Numa fala explícita carregada de desprezo, Paulo Guedes, ministro da economia do governo Bolsonaro, ataca para todos os lados, mas prioriza como alvos certeiros os pequenos e microempresários, setor que mais gera empregos no país, e os servidores públicos.
Trata-se de uma tática política combinada com governadores da base do governo, para chantagear aqueles que se contrapõem às medidas de relaxamento das medidas de isolamento social: condicionar a liberação de recursos públicos para o combate da Covid-19, mediante o compromisso do congelamento salarial dos servidores até o fim do ano de 2021.
Paulo Guedes deve se achar o maior “estrategista” do governo ao comemorar sua táticas de assalto aos cofres públicos e de ataque aos serviços públicos. Aplicar dinheiro público para salvar grandes companhias e assim ganhar dinheiro é o projeto do governo, afirmando em seguida que “vamos perder dinheiro, salvando empresas pequenininhas”. Mas para a frente da sua fala, Paulo Guedes, sem o menor pudor, afirma: “E é nessa confusão toda (seria a pandemia?), todo mundo achando que estão distraídos (sic), (…) nós já botamos a granada no bolso do inimigo (servidor público): 2 anos sem aumento de salário”
Mesmo nossas (os) companheiras (os) trabalhadoras (es) da saúde, setor mais prejudicado com a tragédia, com a perda de milhares de vida em todo o país, sem contar aquelas e aqueles que foram contaminados, se recuperaram e logo em seguida tiveram que retornar aos seus postos de trabalho, não têm a garantia de reajuste salarial. É a lógica perversa de um governo de extrema direita para quem, a vida das pessoas não tem nenhum valor.
Banqueiro, Paulo Guedes, só tem uma missão: garantir os lucros do setor financeiro, não à toa garantiu a liberação de R$ 1,2 trilhões aos bancos privados para salvá-los da bancarrota, a MP do governo permite ainda que empresas cortem até 70% dos salários dos empregados. Por outro lado, na semana que encerrou o calendário de liberação da 2ª parcela do Auxílio Emergencial, 40% dos 106,1 milhões de brasileiros cadastrados para receber o benefício, ainda não tiveram acesso ao dinheiro prometido e se aglomeram em filas intermináveis nas agências da CEF, se expondo à contaminação pelo novo corona vírus.
É neste cenário apocalíptico, que se coloca como luta prioritária a derrubada pelo Congresso Nacional, do veto de Bolsonaro ao reajuste para servidores públicos, sob pena de sucatear mais ainda os já precarizados serviços públicos destinados à população mais pobre do país.
O Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores em Educação Pública do Pará – Sintepp, coerente com sua história de defesa dos direitos da nossa categoria, continua firme na luta participando do processo de organização e mobilização nacional, juntamente com a CNTE e sindicatos parceiros, pressionar e provocar os parlamentares, particularmente aqueles e aquelas da bancada paraense, para derrubarem o veto de Bolsonaro.
Derruba o Veto Congresso!
Em Defesa do SUS!
Em Defesa do Salário, do Emprego e da Renda!
Terra, Teto e Trabalho para Todas (os)!
Em Defesa da Educação Pública, da Ciência e da Tecnologia!