Neste dia 17 de abril de 2020, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, nós do Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (SINTEPP), lembramos expressiva indignação os 24 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, porém com a esperança e a firmeza de que só construiremos uma nação efetivamente livre quando nosso povo tiver pleno acesso à terra, teto, trabalho e educação pública de qualidade.
Nos colocamos solidariamente ao lado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na Jornada de Lutas por dignidade e em defesa dos direitos de nossa população, nesse momento que vivemos. Por conta da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), a dinâmica das nossas vidas mudou completamente. O distanciamento social é fundamental para vencermos o vírus e retomarmos as nossas vidas.
Queremos parabenizar e nos solidarizar com o MST pelas iniciativas realizadas neste momento, contribuindo de forma efetiva para minimizar as dores dos mais humildes, submetidos à margem das políticas públicas.
Em tempos de governo de extrema direita, ultraliberal, conservador e autoritário, é de se prever um recrudescimento nas ações de repressão tanto do Estado, quanto de grupos paramilitares bancados por representantes do agronegócio, latifundiários e madeireiros contra as lideranças rurais, indígenas e quilombolas, o chamado Brasil de dentro.
É preciso, portanto, unificar ações, interligar nossas lutas para combater o grupo que se encastelou no poder e, por diversas vezes, declarou publicamente sua rejeição a vida.
O dia amanheceu chuvoso em todo o nosso imenso Estado. São as lágrimas por aqueles e aquelas que lutaram conosco para realizar o sonho de um mundo novo, sem explorados e sem exploradores.
É preciso mais do que nunca celebrar a vida!
Vivas aos Mártires de Abril!
NOTA DO SINTEPP EM APOIO AO MST.
*** Em 17 de abril de 1996, 21 trabalhadores rurais foram assassinados em uma chacina no Sul do Pará. 19 pessoas morreram no local, outras duas no hospital, e dezenas ficaram feridas pela ação de policiais militares.
Tudo começou quando os sem-terra, em protesto, marchavam pela região. Próximos à Fazenda Macaxeira foram abordados pela Polícia Militar, que desferiu sobre os camponeses todo seu aparato repressor, transformando a ocasião em um dos episódios mais violentos já registrados contra trabalhadoras/es rurais no Brasil da contemporaneidade. A partir de então surgiu o “Abril Vermelho”.
Este ano, assim como em anos anteriores, e para marcar os 24 anos do Massacre de Eldorado do Carajás, o MST organiza ações sociais e virtuais em memória destes trabalhadores.
Vivas aos Mártires de Abril!