O projeto Mundiar surgiu no governo do PSDB em parceria com a Fundação Roberto Marinho, seu “objetivo” é diminuir a defasagem idade-série, que no estado do Pará é bem alta.
Depois de 4 anos de aplicação do programa nenhum número ou resultado positivo gerado foi apresentado.
Por outro lado,a dívida das Organizações Globo em impostos não pagos a Fazenda Federal ultrapassa um bilhão de reais. E, nesse enredo o Projeto MUNDIAR acaba sendo mais uma forma de perda de recursos públicos para essa Organização, já que se efetiva em troca de nada ou quase nada para a sociedade.
O MUNDIAR, apesar de utilizar uma metodologia ativa, se revelou um desastre para a educação e um sucesso de economia para os cofres públicos, já que não assegura educação de qualidade quando insiste na uni docência bem como inclui, à revelia do plano do próprio projeto, estudantes da EJA dentro de sala de aula quando deveria atender exclusivamente estudantes de 13 a 20 anos de idade. Até o último ano letivo, o Projeto alcançou míseros 3% da meta criada pela Fundação Roberto Marinho, corroborando para que a SEDUC acabasse se vendo obrigada a fazer dois aditivos de contrato estendendo a parceria com as Organizações Globo até 2018, só para fazer o MUNDIAR começar a entrar nos eixos nas mãos de incompetentes e trapalhões da Secretaria.
Efetivamente, o objetivo de acelerar a aprendizagem e corrigir o fluxo escolar dos estudantes em distorção idade e ano possibilitando que terminem o ensino fundamental em 24 meses e o médio em 18, virou uma farsa em 105 municípios do Pará. Na prática, nenhuma turma concluiu nesse prazo por erros de planejamento da SEDUC, e o MUNDIAR se revelou um desastre qualitativo para a educação em prol de mera instrumentalização para contabilizar números de altos índices de alunos com a conclusão dos estudos, enquanto fica patente a baixa qualidade da educação na qual foram submetidos, como apontam os indicadores educacionais.
Já desatada da parceria com as Organizações Globo, a SEDUC criou um Comitê pedagógico de notáveis educadores da Rede estadual de ensino, entre mestres e doutores, mas, de nada adiantou se estão capitaneados por burocratas incompetentes e descomprometidos em viabilizar a formação continuada prescrita pelo projeto, e que potencializa a fragilidade da prática cotidiana da uni docência na sala de aula.
Em 2019, já na sexta entrada de turmas do projeto MUNDIAR, mesmo com enturmação de 25 estudantes por sala, há gestores, diretores, professores e especialistas em educação apontando o fracasso qualitativo do Projeto para a educação, por conta da uni docência. Isso, enquanto a Coordenação Estadual do projeto MUNDIAR faz campanha em unidades de ensino como a Escola Novo Horizonte, em Ananindeua, mobilizando estudantes para que peçam remanejamento do ensino regular para o projeto MUNDIAR sob a promessa de conclusão dos estudos em até 18 meses corridos quando na verdade são necessários dois anos letivos para conclusão.
O balanço da aplicação do projeto MUNDIAR no Estado nos anos de sua aplicação não passa no critério da qualidade e da superação da distorção idade-série apesar das poucas ocorrências de aprovação em vestibular, por isso precisa ser imediatamente suspenso e os burocratas herdados da gestão PSDB afastados.
Na verdade a proposta de fazer “mais com menos”, representa um desastre. Abrir mão de 10 (dez) professores por 1 (um), empurra o IDEB do Estado pra baixo e aumenta a negatividade educacional do Estado.
O governo do PMDB deve escolher entre o sucateamento e a qualidade. Afinal, o que deve primar na “nova” gestão? Uma empresa que deve o Estado pode ser um exemplo para a educação de jovens e adultos?
É preciso mudar. O MUNDIAR não serve se insistir na uni docência.