A unidade educacional, que é a única do município de Gurupá a atender estudantes do ensino médio regular, SOME e Mundiar, padece com a insuficiência de funcionários, transporte precário, reforma inacabada e a serem iniciadas, permanecerá ocupada até que a Seduc responda a pauta de reivindicação da comunidade.
O Sintepp Subsede Gurupá informa que a Escola Estadual Marcílio Dias, no Arquipélago do Marajó, iniciou ontem (14) paralisação devido às precárias condições de ensino a qual aquela comunidade está sendo submetida.
A escola, fundada em 1974, e que atende mais de 1.500 alunas (os) do ensino médio regular, Sistema Modular de Ensino (SOME) e Mundiar, além de ser a única do município inteiro para atender a demanda de estudantes das áreas urbana e rural, está com escassez de funcionários, precisa de reforma imediatamente e denuncia a má qualidade do transporte escolar.
Nesta terça-feira (14), acompanhando a atividade de paralisação estadual convocada pelo Sindicato, ocorreu na escola uma reunião organizada pela Comissão de pais de alunos e outra reunião mais ampliada que contou com a participação de estudantes, pais e educadores.
Nesta quarta-feira (15) a comunidade realizou caminhada pelas ruas da cidade com faixas e cartazes para esclarecer a sociedade sobre os motivos da paralisação e chamar a atenção do poder público.
A manifestação iniciou por volta das 7h30 na escola, que se localiza na Rodovia Gurupá Pucurui, bairro Centro, e foi rumo ao Ministério Público Estadual (MPE). Lá por volta das 9h00 a Comissão de pais e alunos entregou documentos (ofícios e relatórios) detalhando da real situação da Marcílio Dias.
O MPE entrou em contato com a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) e a 13ª URE, que fica no município de Breves, e solicitou que a comunidade aguardasse, pois ainda hoje (15) seria dada uma resposta. A comunidade retornou à escola e permanecerá acampada no prédio.
Observe abaixo algumas situações enfrentadas pelos estudantes da Escola Marcilio Dias
- REFORMA DO PRÉDIO
A Escola Marcílio Dias tem 42 anos. A última vez que se tem registro de reforma no prédio é do início de 2007, ou seja, há quase 10 anos e isso de forma inacabada. As salas de aula estão deterioradas e o calor é insuportável. A comunidade exige ainda a construção imediata de uma quadra poliesportiva para a prática de atividades. Atualmente estas práticas são realizadas em um chão acimentado, sem nenhum tipo de cobertura, ou seja, sem a mínima infraestrutura.
- INSUFICIÊNCIA DE PROFISSIONAIS DE ENSINO
Há falta de professores para ministrar aulas das disciplinas de Física, Matemática, Química e História. Faltam também educadores para os laboratórios de informática e ciência, por exemplo. No corpo técnico falta coordenação pedagógica, e ainda auxiliar de biblioteca.
- TRANSPORTE SUPERLOTADO E SEM SEGURANÇA
O governo Jatene mais uma vez mostra sua falta de compromisso com a qualidade da educação pública, e pior, submete os estudantes a risco de acidentes graves. Os alunos exigem a ampliação e melhora do transporte escolar daqueles que se deslocam da zona rural.
Em Gurupá, pela especificidade geográfica, este transporte tem que ser feito em embarcações. Lá, diariamente alunos do fundamental e médio que não moram da zona urbana se deslocam suas localidades em barcos para conseguir chegar até as escolas. Existe, portanto, um convênio entre os governos estadual e municipal.
Os relatos da comunidade apontam que em Gurupá as embarcações são muito pequenas, estão sempre superlotadas e não oferecem a devida segurança. Logo, espera-se que o governo tenha uma solução para está questão.
Registra-se ainda durante a manifestação a expressão de descontentamento de estudantes com a má qualidade da alimentação escolar; a preocupação com a preparação para os processos seletivos, como o ENEM, agravada pela falta de professores e pela proposta equivocada de reformulação da Matriz Curricular do Ensino Médio encaminhada recentemente pela gestão Jatene|Ana Hage, questionada pelo Sindicato e pela base da Categoria.
O Sintepp continuará acompanhando as atividades da Marcílio Dias, uma vez que a Comunidade só desocupará o prédio depois que tiver uma resposta da Seduc para a pauta.