Estudantes da Escola Estadual Padre José Delgares ocuparam a rotatória que leva para o Porto do Conde, no município de Barcarena, na Regional Baixo-Tocantins do Sintepp na manhã de ontem, 11, e decidiram fazer GREVE até que a Seduc resolva o problema de fornecimento de energia da escola.
Cansados de esperar a manutenção do prédio e a adequação das instalações elétrica da escola, cerca de 500 estudantes da escola realizaram o protesto para chamar atenção das autoridades.
Marisa Brandão, estudante do 3º ano do ensino médio, explica o motivo da manifestação. “Nós fomos para rua no dia do estudante para repudiar o descaso com a educação pública, em especial com a Escola Padre José Delgares, que vem sofrendo constantemente princípio de incêndio. No mês de junho pegou fogo na fiação elétrica da escola e a empresa contratada pela Seduc para fazer o serviço informou aos estudantes e professores que em agosto tudo já estaria resolvido. Voltamos em agora para estudar e o problema continua. Houve focos de incêndio em quatro salas de aula e em alguns dias a escola funcionou sem água porque não tinha energia para ligar a bomba. O turno da noite não tem nem previsão para início das aulas, porque não tem energia”.
Jacinaldo, estudante do 1º ano do ensino médio, reforçou. “Disseram para nós que iam trazer no mês de julho o transformador de energia e o ar-condicionado, e até agora nada. A única coisa que fizeram foi colocar as grades nas salas”.
Além dos problemas de infraestrutura, os alunos denunciam ainda a insuficiência de professores. “Também tem várias turmas que estão sem professor de Física, Matemática, Português, Geografia, História, Espanhol, Biologia e Inglês. Nossos professores do ano passado destas disciplinas não podem dar aula para gente, porque o Jatene não quer pagá-los. Isso é a consequência da redução da carga horária dos professores. Queremos estudar” Jeysiane Milena, estudante do 1º ano do ensino médio.
Após quatro horas de fechamento da rotatória, a Secretaria de Educação (Seduc) enviou sua representante, Dulcecleia Furtado Barbosa, gestora da 3ª URE, que prometeu resolver o problema da energia até sexta-feira (14) e convidou todos a irem até a escola, pois ela gostaria de conversar com a diretora.
Os estudantes seguiram em marcha até a escola e exigiram que a representante da Seduc reunisse com a comunidade escolar. A gestora, novamente afirmou que até sexta-feira o problema de fornecimento de energia estaria resolvido. Os alunos pautaram os outros problemas da escola: a falta de professores, a falta de funcionários de apoio, falta de especialistas em educação, falta de merenda, necessidade de construir uma quadra escolar. Ao passo, que a representante da Seduc usou o pretexto de ter sido recém-empossada para não estabelecer novos prazos em relação a estas demandas, igualmente urgentes para o bom funcionamento da escola.
Em assembleia, os estudantes decidiram suspender às aulas até a sexta-feira (14) para que os serviços elétricos possam ser realizados, conforme prometido pela Seduc.
As impressões dos alunos sobre a postura da Secretaria não foram satisfatórias. “Ficou na mesma. O que ela (a gestora) disse foi o mesmo que outros representantes da Seduc já disseram para nós em outros momentos de mobilização”, comentou Mariza Brandão, estudante do 3º ano do Ensino Médio.
Sobre as próximas ações do movimento, em caso de não resolução, os organizadores da manifestação confirmaram que a greve continuará e que devem ocorer novos protestos. “Se a Seduc não cumprir o prometido vamos seguir com a greve dos alunos e fecharemos novamente a rotatória”, antecipou Wladston Ferreira, aluno do 1º ano do ensino médio.
Relembre a denúncia já divulgada pelo Sintepp
A reforma da escola teve início no ano de 2010 e até o momento não foi concluída. Na época, o projeto foi orçado em mais de R$ 600 mil e previa instalação elétrica e climatização das salas de aula, o que não ocorreu.
Depois de inúmeras mobilizações, novamente a Seduc incluiu a escola num projeto de manutenção predial, instalação elétrica e climatização das salas de aula (previsto para ser concluído em 120 dias, num valor de R$ 146,499).
Pela 2ª vez está sendo destinado recurso público para conclusão das obras da escola. A comunidade escolar luta para que ao menos desta vez, os recursos sejam aplicados e as obras concluídas.