O Sintepp informa a contraposição jurídica quanto à ação protocolada na semana passada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) junto ao Tribunal de Justiça do Estado (TJE), que inclui o com pedido de abusividade da greve dos trabalhadores em educação da rede pública de ensino.
A Assessoria Jurídica do sindicato (Asjur/Sintepp) esclarece:
– A PGE afirma que ingressou com ação judicial requerendo a abusividade da greve, em decorrência das sucessivas recusas do Sintepp às propostas do governo do Estado apresentadas nas duas reuniões em que se buscou o fim da paralisação. Contudo, isso não corresponde à verdade.
Primeiro, porque o Estado não oficializou tais propostas e, portanto, não merecerem credibilidade, haja vista, que não cumpre suas “promessas”, prova disso é até a presente data o PCCR unificado, que deveria ser encaminhado a Alepa até o final de 2011 (previsto no art. 45, II, da Lei nº 7.442/2010 – PCCR) e reiterado pelo Acordo que encerrou a greve de 2013, a ser encaminhado a Alepa até março de 2014.
– Diz o governo que vai garantir a continuidade do pagamento do piso nacional do magistério. Nesse caso, oculta que NÃO PAGA O VALOR CORRETO DO PISO (R$ 1.917,98) desde JANEIRO DE 2015, conforme determina a lei nº 11.738/2008. Portanto, o Estado viola a Lei do Piso. Além de não deixar claro de que forma vai proceder quanto ao pagamento de seu retroativo.
– O governo diz que o Estado “sinalizou com a implantação da jornada integral de trabalho com adicional de um terço de hora atividade”. Ressaltando que “a jornada integral de trabalho, uma vez implantada, reduz a necessidade da contratação de aulas suplementares, que hoje oneram muito a folha de pagamentos da Seduc”.
Neste caso, o governo afirma que irá “cortar” as aulas suplementares, que há mais 30 anos os professores exercem e que, com suas retiradas, irão representar perdas de vencimentos em valores que variam de R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00.
Além disso, o Governo demonstra total desconhecimento sobre o assunto, pois, com o aumento da hora-atividade, aumenta a necessidade de aulas suplementares.
– O procurador geral do Estado afirma que o Sintepp desvia-se “do foco de melhorias salariais, o que poderia legitimar o movimento … ao reivindicar melhores condições de trabalho e recuperação de escolas estaduais, entre outros”.
Sobre isso, vale deixar claro que deficiência de questões sociais é, também, motivo para deflagração de greve. E deste modo acaba reconhecendo a própria legitimidade da greve.
A assessoria jurídica do Sintepp informa que está tranquila em relação a legalidade e legitimidade da greve, uma vez que pautada em reivindicações inquestionáveis de ilegalidades praticadas e assumidas pelo próprio Estado, como o não pagamento correto do piso profissional do magistério e a retiradas das aulas suplementares com danos irreparáveis nos vencimentos dos educadores.
E completa que espera que o Poder Judiciário dê oportunidade ao Sintepp para explicar a situação da educação pública e os desastres financeiros que representará a retirada abrupta das aulas suplementares dos vencimentos.
Por se tratar de uma greve legítima e legal, não poderá haver corte do ponto, conforme entendimento do próprio Tribunal de Justiça do Pará, além disso, impor uma pesada multa de R$ 100 mil reais em decorrência de cada dia parado, se considerada abusiva a greve, será a penalizar ainda mais uma categoria que exerce um direito constitucional de paralisação.
O Sintepp tentará uma audiência prévia com a desembargadora Gleide Pereira de Moura, relatora do processo, para esclarecer seu posicionamento, antes de tomada de qualquer decisão. E, caso seja, concedida qualquer decisão, já tem recurso pronto. Até a quarta-feira (15) o sindicato irá ingressar com ação cobrando a manutenção das aulas suplementares nos contracheques da categoria.
Fique atento (a) AGENDA da greve, mobilize seus colegas.
14/04 (terça-feira)
Ato público. Concentração: ALEPA. Horário: 9:00
15/04 (quarta-feira)
Ato público de adesão à GREVE NACIONAL. Concentração: Praça da República Horário: 9:00
16/04 (quinta-feira)
Assembleia Geral. Local: EE. Cordeiro de Farias. Horário: 9:00
Só avança quem luta!
#GreveEducacaoEstadual
5 Comments
LEGAL E MUITO ESCLARECEDOR O TEXTO, AGORA FALTA DIVULGAR NAS REDES SOCIAIS E NA TV E NO JORNAL NO CASO A RBA, POIS A LIBERAL JÁ COMEÇOU A TRANSMITIR AS MENTIRAS DE COSTUMES…FAÇA UM VIDEO E DIVULGUEM ….
SINTEPP …
Estamos cansados de saber que nunca ganhamos nada no que se refere à interpretação jurídica neste Estado (Pará). É sempre o jogo de cartas marcadas. Infelizmente, não sei como está o andamento pelas vias jurídicas de todo este processo de luta 2015 de nossa categoria, mas já era hora do Sintepp recorrer à STF (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL).
Se vocês já fizeram isso … tiro aqui minhas palavras.
Mas toda vez é isso… e todos nós já sabíamos que este governo iria fazer toda essa palhaçada.
E este ano foi o pior entre todos os anos em que se tentou sentar e negociar com este poder temporal que nunca trouxe qualquer melhoria à categoria.
Todos nós já sabemos como “eles” agem …
Só peço ao Sintepp que se antecipe em relação as atitudes deste governo. Pois se não, teremos um retrocesso histórico em nossos direitos adquiridos através das lutas deste mesmo Sindicato junto a categoria.
Quis dizer aqui … acima na minha msg … que o SINTEPP se antecipe juridicamente a este governo. Que não espere apenas ação do governo contra a categoria … e depois tentar reagir.
Não !!!
Peço que se antecipe sempre a este governo, pois eles sempre jogaram sujo com a nossa categoria (acho que com qualquer categoria também, né?).
ANTECIPE …
REFLITA OS PASSOS DELES…
ANTECIPAÇÃO JURÍDICA …
EM RELAÇÃO AO TEXTO DA PÁGINA … JÁ ESTOU FORMATANDO AQUI … E REPASSANDO AOS COLEGAS DA CATEGORIA … DOS CONTATOS QUE TENHO … VIA MÍDIAS SOCIAIS E NÚMEROS DE CELULAR …
Só discordo sobre a oficialização das propostas. O governo fez estas ao sindicato e vai usar isso como justificativa através do PGE pra convencer a justiça do estado da abusividade da greve. Essa pode ser a arma do governo contra nós. Essas questões têm que ficar bem claras. Se estiver enganado me corrijam.
Estamos de volta ao período colonial. Pra recorrer contra esse donatário da capitania do Pará devemos recorrer a quem? D. João VI já morreu, talvez quem sabe a Rainha da Inglaterra, já que o Brasil depois da “Independência” ficou subordinado aquele reino. Se o Eduardo Angelim retornasse quem sabe teríamos uma chance.